O SEGREDO DOS COSMÉTICOS
Quero pintar a boca de carmim, colocar o salto alto vermelho e hoje sair!
A amiga liga e diz que vai passar às 9 da noite.
Elas estão prosas... Estão soltas... Inebriante paisagem, ver tão despojadas moças.
O ato feminino de se enfeitar, que possui uma longa história de significados e costume para as mulheres: a maquiagem do rosto e os cuidados com o corpo.
Desde as antigas civilizações, até os dias de hoje, mulheres e meninas sempre se envolveram com os mistérios de potes de pintura facial, frascos de sais para banho e sabonetes em refinadas embalagens.
Quando era pequena, tive uma experiência comovente em relação ao aprendizado sobre o uso de cosméticos. Minha tia usou uma cor lilás no rosto, um vestido longo, um sapato prata e as unhas vermelhas. (década de 80). Tomou o café antes de sair para seu baile de formatura de cabeleireira. Ela costumava levar a xícara de café para a penteadeira, onde se maquiava enquanto a vi a observava em silenciosa adoração. Deixava sua marca de batom, como se beijasse a xícara.
Em nossa cultura, houve uma separação entre dois aspectos femininos igualmente importantes: de um lado, o hábito do embelezamento do corpo e, de outro, o intelecto e a força natural que a mulher possui. Em conseqüência, nega-se, erroneamente, que as meninas possam ter identidade que una habilidades físicas e mentais á beleza físicas. Este estereótipo sugere que meninas que usam bijuterias ou maquiagem sejam pouco inteligentes e fortes.
As artista dos anos 70, principalmente do grupo que fez muito sucesso na década “ABBA”. As vocalistas usavam as maquiagens como uma ferramenta de criação artística. Ainda menina aprendi que maquiar-se era uma forma de expressão da minha criatividade e que jamais usaria maquiagem para atender uma convenção social.
Embora a rejeição aos adornos, por parte das feministas, já tenha se tornado mais branda, não deixa de ser uma questão importante para muitas mulheres modernas, que lutam para reencontrar sua feminilidade rejeitada e apoiar a feminilidade de suas filhas. Em todas as profissões, mulheres bem-sucedidas que se identificaram com os pais na adolescência, evitando serem vistas como pessoas de segunda categoria, como achavam que era o caso de suas mães, hoje tentam reconquistar os valores femininos perdidos.
Como Pandora, essas mulheres são suficientemente curiosas para se arriscarem a abrir a caixa e deixar que os problemas de suas vidas apareçam, pois sentem que tem o direito de conhecer o que ficou escondido no fundo da caixa. Á medida que abrem o coração e a mente, descobrem o tesouro secreto de sua identidade feminina e acabam se identificando com outras mulheres, em vez de com homens.
Nossas meninas precisam de apoio psicológico para também poder encontrar esse equilíbrio. Incentivem suas filhas a lutar contra estereótipos que inibam a expressão de quaisquer de seus aspectos individuais, ou que insistam para que ela exiba somente um deles. Cada menina, cada mulher é única e, se tiver liberdade e estímulo para explorar suas inclinações, encontrará sua maneira singular de se expressar.
Claudia D. Rezende
Psicóloga Clínica e Organizacional.
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