Há tempos que venho tentando trabalhar neste sentido, desde 2002, quando iniciei meu primeiros passos na psicologia social e comunitária.
Senti necessidade de resgatar a infância perdida, que assistia vulgarmente sendo banalizada no meio das minhas crianças.
Embora tivesse pesar em ver cenas tão brutas, palavras tão mal cheirosas, eu resisti a isto durante todo o tempo sempre buscando intervir no relacionamento lúdico com elas.
Lembro da minha primeira paciente ( M-12 anos).
A anamenese trazida pela mãe era da possível vida sexual da filha e de uma possível ex. gravidez,...ex, porque a mãe suspeitava que ela já tivesse feito um aborto.
Durante as sessões, perguntei a M, se ela gostaria de brincar de boneca comigo?
Comprei um barbie de segunda na epoca e juntei um paninhos coloridos..e de pronto fui eu para minha sessão
A menina era louca de esperta,..assist social e pedagoga da minha instituição rirão de mim...heheh.
E eu ri delas..kkk
E eu ri de mim tbém.kkk
Talvez não fosse a intervernção mais correta naquele momento.
Mas fiquei com aquilo na cabeça...
Passado meses de atendimento,..eu percebi que com aquela criança, aquela púbere já com 12 anos ( era muito velha para brincar de boneca)...olha só que idiotice.hehe
Mas pensei!
Ela não sabe brincar,...porque sua temática foi assistir a vida toda dela.(12 anos).;; a temática da vida dos pais e o mundo acerca dela...era um mundo de adultos..adulterados...adúlteros...embrigados...malandriados.
E se eu chegasse ali com uma bonequinha vestida de princesa...com certeza..eu era a rata daquela gata..kkk
De salto que fui!
Passou meses e percebi que as meninas que tbém atendia no mesmo grupo da mesmaa estância, só tinha pouco mais de 7 anos.
Elas tbém nao brincavam...nem de boneca..nem de rodacutia.
Passei o projeto todo com medo de desenvolver a minha tese para brincadeiras de criança...com o medo do riso alheio..é claro....recém-formada fica com medo do descrédito..enfim
Retomei o trabalho Social há 4 meses, vcs tem me acompanhado aqui.
E desta vez não me aceitei covardar-me...e tomei de sopro novamente da minha angústia...e revi toda a situação sendo apresentada na minha frente novamente....." Crianças sendo adultas antes da hora".
Iniciei minha pesquisa de campo...fui aforra!
Montei um grupo de crianças , cujo nome estabeleci como "Ludoterapia - Resgate da Infãncia"..e lá se foi ele para intitular-se junto a secretária do bem-estar-social de vigência a minha Instituição..(digo com carinho minha) Associação de D.Maria da Sopa.
OLhei atenta o rostinho de cada uma delas,...já sabia a historia de cada uma ... não era diferente das histórias do ´projeto de outrora lá naquela cidade.
Olhei para elas!
Olhei para minha criança.
E tive dó da infância delas.
Mas dó..nao me abastecia..nao me envolvia...nao me capacitava.
Eu fui aforra....
Entendi o riso solto da pedagoga e assist.social do passado
ME entendi naquele momento...e nao ri desta vez.
Eu sabia o que eu queria.... "ORAS EU QUERIA A MINHA INFANCIA NELAS"
A infancia dos anos 80.
Pronto!..era isto!..A infancia dos anos 80.
Mas eu queria mais..eu quero mais!
Como trabalhar com as brincadeiras do anos 80 no contexto de hoje dentro de uma comunidade carente?
Através da " Lei da Sustentabilidade".
Quero produzir isto em texto...em artigo...enfim...
Colocar todas estas ideías no papel...
Por que na pratica eu já estou fazendo... (famosa pesquisa de campo)
Trazer as brincadeiras do passado, utilizando métodos da reciclagem.
Como montar um peteca?...nos dias atuais..com produtos reciclados?
Como montar um jogo de marias?
Como montar um jogo de amarelinhas?
Como dar vida ha uma boneca com embalagens de produtos reciclados?
Carrinhos, bolas, blocos...com pets?
Jogo de Bets!
Bonecas de Papel?
Rolos de Papel Higiênico para moldes de bonecos de palhaços?
..São algumas das i´deias que tenho cá....
"Quando vejo uma menina brincando de boneca...sinto que prorrogo nela o espírito da infância...sem deixar de trabalhar nela o espaço futuro para explorar a beleza que virá nesta mulher..ensinando a dar-lhe auto estima adequada a ser vivida em cada tempo...no contexto do seu tempo, sem apressar o rio."
Cacau Rezende.