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domingo, 22 de maio de 2011

Uma Colcha de Retalhos...


A minha vida me prega muitas peças. Das quais fico sem saber a explicação de coisas que me acontecem.

...”(Estava sozinha no meu quarto pensativo, buscando uma forma de como elaborar um projeto para mulheres aonde eu pudesse utilizar os tecidos doados para a Associação Vida de Dona Maria da Sopa”)...


...E... “(veio à idéia de trabalhar com elas numa colcha de retalhos, onde cada quadrado construído representasse uma dor, uma lástima ou um momento feliz!”)...

...E... “(cheguei a colocar a idéia em pauta)”...


Surpresa eu tive quando fiz pós, eu descobri que havia um filme que falava justamente sobre isto, e que este filme havia sido passado por volta de 1996.
Naquela época eu assistia tanto a filmes, como posso ter despercebido de uma obra-prima como esta?

Talvez seja porque naquele momento eu não estava pronta para captar a emoção contida naquela arte, talvez porque eu ainda não tinha descoberto a arteira que já tinha nascido comigo, mas levei alguns anos para entender.

... ”(quando pequena... Tecidos sempre me chamarão muito atenção.)”
Não construía em mim a idéia que de quando virassem retalhos fossem postos ao lixo. Eu dedilhava-os entre meus dedos, sempre querendo uma justificativa maior para não jogá-los, embora já feito ali por minha mãe. Lembro de um pedaço de cetim azul que mal contornava minha boneca barrigudinha. Eu sentia certo prazer em deslizá-lo por entre os dedos.

 Fiz coleção de tecidos na vida adulta e também de bordados de todas as espécies – (Lêsie, Sianinhas, Fitinhas de cetim, Botões, Pérolas)...”Uma necessidade minha....o que meus olhos  infantis fizeram  em todo o meu tempo em me abastecer....é assim que vejo um tecido...como um brinquedo.


Já pensou em buscar dentro de ti a história que te mais marcou e contá-la sobre pedaços de cetim, Oxford, linho puro, malha, shantung, lêsie, ..enfim, algodãozinho cru, .dizia: minha mãe.
Buscar traçar o plano em linhas coloridas, alfinetes, botões espalhando feito serpentinas no teu tablado de artes?

Construir do teu espaço lúdico a surgir... Deixar aflorar o teu conto sobre formas e desenhos que tua mão irá traçando?

Desejar colocar ali teus sonhos... Tua vida.Tua história...e poder no final abraçar-se literalmente da sua “Estórinha”?

Passastes isto já pela tua mente?


Depois que assisti a este filme eu entendi o meu âmago confuso.
E...
Como conseguir chegar até aqui sem ter a minha colcha de retalhos.
O que era projeto para um trabalho em oficina terapêutica de meu trabalho, passou a ser o meu projeto.
É interessante se ver no trabalho, olha!
Quem precisava tecer a colcha era eu.
Mas não desisti do projeto das mulheres, mas entendi que devo eu primeiro fazer a colcha, preciso eu mastigar a sensação do tecer.
E só depois mostrar e só depois incentivar quando eu puder falar do que vivi, permiti viver!

PS: -------- Eu não sei costurar, eu não tenho uma máquina. Mas eu já tenho as agulhas, as linhas, os tecidos e vontade de começar.

3 comentários:

  1. Emocionante seu post querida amiga!
    Vou ficar aqui torcendo e incentivando a confecção dessa colcha de retalhos!
    Bjs e que os anjos estejam contigo em cada pedacinho deste trabalho!!!!!!!!!

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  2. Oie Cacau

    Linda postagem e texto...obrigada por inspirar a minha segunda-feira.

    Hoje estou mostrando um mais pouquinho da decoração da festa da minha filha.
    uma ótima semana para você!
    Beijos
    Regiane

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  3. vá em frente e faça uma linda e bem acabada colcha, cada pedacinho vai ter um significado bem importante na sua vida é como fazer uma limpeza no seu eu!
    post emocionante adorei!
    beijo

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